sábado, 24 de março de 2012

Led Zeppelin - Criador do Heavy Metal?

O primeiro post sobre superbandas não poderia deixar de ser a respeito  de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos: Led Zeppelin !

Introdução - Origens.

Formada por Jimmy Page, Robert Plant, John Paul Jones e John "Bonzo" Bonham, tendo como seu agente um dos mais controversos empresários do mundo musical, Peter Grant.
Led Zeppelin é conseqüência direta do grupo anterior de Jimmy Page, The Yardbirds. Desse grupo, cabe ressaltar que passaram por ele, além de Page, dois dos maiores guitarristas contemporâneos: Eric Clapton e Jeff Beck.
Outro fato interessantíssimo é que Jimmy Page iniciou nesse grupo como baixista! Na época, o guitarrista ainda era Jeff Beck. Mas logo Beck sairia para seus próprios projetos, deixando a vaga livre para Jimmy e seu gênio criativo. Contudo, o mercado musical ditava que Yardbirds já era coisa do passado e que, para conquistar o mundo do rock, Jimmy iria precisar de  algo novo, potencial e explosivamente criativo. Para isso, convidou o seu amigo, músico de estúdio, Jonesy (como era chamado John Paul Jones) para o baixo. Para os vocais, pensaram em Roger Daltley e para a bateria o divertidíssimo Keith Moon, ambos do The Who, contudo o Who estava em carreira meteórica e desistiram dessa aquisição. Assim, requisitaram um rapaz cujos vocais impressionavam pela amplitude de seu agudo: Robert Plant, do Band of the Joy. Para a batera, Bob indicara uma locomotiva humana, com quem havia trabalhado antes: John "Bonzo" Bonham.
Faltava agora decidir o nome da Banda. Jimmy era relutante e queria New Yardbirds. Chegaram até a usar esse nome em algumas poucas apresentações. Contudo, diziam que o nome não era "potencialmente comercial".
Esq para dir: Bonzo, Plant, Page e Jonesy

Dizem as "lendas" que quando tocaram juntos, Keith Moon escutara-os e disse que o som estava tão pesado que parecia que o ar estava pesado, que parecia um zepelim (balão) de chumbo flutuando, e que daí viria o nome Lead Zepelim, mudado para Led Zeppelin.
Led Zeppelin
Para muitos críticos, com a criação do Led estava criado um novo estilo musicial: O Heavy Metal. Como tudo na vida, essa afirmação é contestada veemente, principalmente pelos que não são zepmaníacos. Segundo alguns, a concepção inicial de Heavy Metal, por sequência de acordes e estilo, teria tido em seus primórdios a música Helter Skelter dos Beatles. Realmente, quando executado por grupos de Heavy Metal e Hard Rock, percebe-se que a música é fodérrima e pesadíssima. Outros afirmam que o Heavy Metal teria sido criado com o nascimento do Black Sabbath. Na minha opinião, O Metal não é de um só, mas resultante da soma de todos. É difícil escutar Purple Haze com o Hendrix com todo aquele peso e não considerar aquela porrada como um Metal!

Mas todos são unânimes, o Led veio e mudou o cenário musical. Graças a técnicas que Page aprendeu durante sua fase como músico de estúdio, os tapes do Led do final dos 1960 e início dos 1970 são os de melhor qualidade sonora dentre todos os seus contemporâneos.  O Led influenciou não apenas na música em si,  mas em como ela deve ser produzida e gravada e que tecnologias devem ser utilizadas para tanto.

O Led teve diversos sucessos em sua carreira e vários pesares. Durante a gravação do disco Presence, Karak, filho de Plant, falecera vítima de uma doença raríssima. Plant sofrera um acidente e gravara o disco duma cadeira de rodas. Por esse motivo, o disco costuma ser rotulado como de uma aura pesada, meio depre. Contudo, há o experimentalismo de Page. Lá temos a poderosíssima Nobody Faults be Mine - que eles fizeram posteriormente o favor de assassinar no Unledded (minha opinião) - e a pesadíssima Carrousselambra, que segundo os papos de estúdio, Page teria empregado nela em torno de dez guitarras distintas para obter aquela sonoridade.

Mais tarde, em 1980, John Bonzo Bonham falece. Depois de tomar mais de 40 doses de vodka, desmaia de bêbado em seu quarto e falece, sufocado pelo próprio vômito. O fato ocorrera na case de Jimmy Page em Windsor. Com sua morte, o grupo não tinha ânimos para continuar a carreira.
Lapide em memória de John Henry Bonhan, com seus restos mortais.
John Bonham falecera tornando-se um mito na música. Considerado um dos maiores bateristas do Heavy Metal, é referência a todos os bateristas, inclusive de outros gêneros musicais. É reverenciado tanto por fãs quanto por colegas. Tanto que após o seu falecimento, alguns bateristas, como o fodaço Bill Ward, do Black Sabbath, foram cogitados em ser convidados para substituí-lo no Zeppelin, porém, recusaram pelo fato da grande responsabilidade que teriam em substituir o lendário baterista.
Bonzo arrebentando as baquetas


Após a separação, houve alguns momentos que tocaram juntos, como no Live Aid, de 1985, onde tocaram Plant, Page e Jonesy, tendo na batera os músicos Phil Collins (tadinho) e Tony Thompson, ex-baterista do Chic.
Plant e Page no Live Aid

Em 1988, voltam a tocar juntos no  40º aniversário da Atlantic Records, mas desta vez o convidado a assumir as baquetas seria nada menos que Jason Bonham, o filho do batera original. Jason também viria a tocar no disco solo de Page intitulado Outrider e excursionado com ele. Contudo, essa apresentação foi tida pelos membros como péssima, pois segundo críticas dos músicos, não havia retorno do som e podia-se perceber - para quem assistiu pela tv como foi o meu caso - a guitarra desafinada de Page.
Atlantic Records e o (na época) jovem Jason Bonham

Em 1991, um encontro mitológico de dois deuses do Rock: Jimmy Page e David Coverdale (ex-Purple e Whitesnake). Intitulado Coverdale & Page, o disco é magnífico! Na minha opinião, o melhor pós Zeppelin feito por Page. Obviamente o talento e experiência de Coverdale pesaram na qualidade musical.



Coverdale e Page - os Mestres!
Disco de 1991


Em 1994, o retorno da dupla Plant-Page em Unledded - No Quarter. Rendeu um cd, um dvd e um bluray e uma infinidade de bootlegs. Com músicas inéditas e releituras de antigos clássicos do Led, o disco foi um sucesso. Rendeu diversos shows, inclusive um em São Paulo e outro no Rio, em 20 e 21 de janeiro de 1996, no extinto Hollywood Rock. Esse show tive o prazer de presenciar. Parte da orquestra sinfônica paulista e a marroquina no fundo, músicos da banda de Plant que foram mantidos para esse projeto, Plant cantando melhor que no Live Aid e no Atlantic Records - 10 anos após! Podem comparar pelo vídeo - e Page endiabrado na guitarra! Duas datas memoráveis para os brazucas. Nessa data, tocou também a banda Black Crowes.
Disco Unledded - no quarter
Plant e Page no Rio

Desse encontro, resultou a amizade de Page com a Banda Black Crowes. E dessa amizade, uma série de shows do grupo com o experiente guitarrista, tocando músicas do Zeppelin, grandes clássicos do blues e do Black Crowes.
Page e Black Crowes
                                       
E, finalmente em 2007, o retorno da banda, com Jonesy no Baixo e Jason Bonham na bateria no show no Arena O2 em Londres. Para retornar, Plant fez algumas exigências, dentre as quais, que a banda não estendesse demais as músicas, que as executassem mais "resumidamente".
Jonesy, Plant, Page e Jason (ao fundo) no Arena O2

Houve muita cogitação na época sobre o retorno do Zeppelin, contudo, Plant foi enfático: "Não posso continuar. Como vou cantar o repertório do Zeppelin se daqui a pouco precisarei de ajuda para andar?", sepultando de vez a esperança de todos, principalmente nós brazucas, de vermos novamente a grande banda.

E, por fim, a última grande apresentação de membros do Zeppelin foi no show do  Foo Fighters no Wembley Stadium. Nesse show, tocaram com os membros do Fighters Jonesy e Page. E David Growl assumiu os vocais nas canções do Zep.
Fighters, Page e Jonesy

Interessante que em início da carreira, Growl era crítico do tipo de música e esque musical que o Zeppelin representava, desferindo críticas ferinas contra o grupo. Hoje, é fã declarado de ter toda a coleção do grupo, inclusive bootlegs. E mais radical ainda, dispensou nada menos que PAUL MCCARTNEY no Baixo para manter Jonesy na formação do Them Crooked Vultures. Interessante como esse disco é um "retorno" aos anos 1960 e 1970, com músicas que lembram do Zeppelin a grupos como o Cream. É, Growl, o tempo passa e a gente amadurece...

O tempo passa - desde 1980 o Zeppelin não mais existe - e a legião de fãs não diminui. Quem frequenta ambientes que tocam rock sabem o que estou relatando. Sempre reparo  que nos pubs roqueiros há os quarentões, como eu e meus amigos, e a moçada de 18, 20 anos, autodeclarando-se fãs incondicionais do Zeppelin. É como diz o velho chavão: para se gostar de coisa boa, não há idade...



Para a nossa alegria, foram lançados pacotes comemorativos do Led! Finalmente eles se tocaram e lançaram o DVD, Bluray e o CD do Show Live at O2 Arena, gravado em 2007, com o filho do Bonzo, Jason, na batera. Eu já havia assistido a versão "popular" do show, ou seja, gravações efetuadas por celulares e câmeras amadoras do público. Mas uma versão produzida não tem igual! E realmente, o povo já estava velhão mas tocando como nunca! 
A única ressalva que vejo é com relação ao Jason... percebe-se que ele toca muito, que aprendeu tudo o que o pai fazia, mas ele me parece meio "econômico"  com relação a repiques e solos, tipo meio preguiçoso de fazer os tambores soarem... 
Mas tocou muito e o show - principalmente para quem é fãzaço do Led como eu - não decepciona, emociona!

Não fosse só isso, recentemente os integrantes remanescentes do Led foram homenageados por ninguém menos que o todo-poderoso presidente dos USA (mas não abUSA) Barack Obama.
Abaixo, notícia extraída do site:
https://www.territoriodamusica.com/noticias/?c=30712

"Os três integrantes remanescentes do Led Zeppelin foram homenageados por Barack Obama, no último domingo, dia 02. Os músicos foram condecorados por sua contribuição "para as artes e cultura americana". 

A condecoração foi entregue pelo próprio presidente americano, que recebeu Jimmy Page, Robert Plant e John Paul Jones na Casa Branca.

Em seu discurso, Obama lembrou que já foi dito que toda uma geração de jovens sobreviveu à angústia adolescente com fones de ouvido e um álbum do Led Zeppelin. 

"E mesmo hoje, 32 anos após a morte de John Bonham, o legado do Zeppelin sobrevive”, disse o presidente, que ainda brincou ao dizer que o trio se comportou muito bem na Casa Branca."




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